Good Design Comes (with) in Pairs

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(June, 16th – 2011)
There are several reasons which lead me to write this post.

1. I’m not sleepy.

2. I’ve wanted to write about the role of design.

3. Erik Spiekermann will give a small talk to the HPI School of Design Thinking in two weeks and I remembered that I opened a lesson that I gave at IADE (Institute for the Arts and Design) in March this year with a picture from him and a quote.

In 2010 I wrote here that in 2000 I felt embarrassed when I’ve been asked about what design magazines I knew at that point. As the “pain” was so great at the time, I thought about using the same tactics with students from 2nd year in Communication Design from IADE to provoke them.
I’ve opened the first slide with just a name. This name was “Erik Spiekermann”. I asked if anyone recognized him from the audience and the answer was… silence.
As I no longer show my portfolio, I do not like to repeat presentations and two days before I’ve had almost nothing prepared, I’ve decided to “use” that class as a “testing scenario” for some future presentations. Basically, I was able to get a group of students to contribute with “insights”, ideas, opinions and words to a talk I’ve been preparing for months for an upcoming Ignite Portugal.
Here we go.

The brain – right and left hemisphere – thinks.
Daniel H. Pink put into “clear language” what neuroscientists found out in recent years. Phrenology has been left behind and the idea that our brain is an integrated and interchangable system is accepted by all. Even so, for those with a more visual mind – more to the right – the idea of ​​seeing a 3D brain with highlighted areas as activated by stimuli is not so different to see a skull scratched in pencil.
Sorry scholars, but logic is the same, only the current one is based on scientific facts and not assumptions “romanticized” in the early nineteenth century.
Recent articles refer the activation of areas on the right side of the brain when we are driven by something emotional and areas on the left side when we are tempted to rationalize. Despite these observations, I believe that non-overlapping one hemisphere over the other is essential for finding balance in a decision-making process and by doing so, we are favoring creativity.
Today’s design is not only the graphics design or product designers, it’s the design of entrepreneurial leaders who design processes, CEOs who design the future of an innovative company, of kids who design software, and these, we are tempted to ” think “, – curious – think more with the left hemisphere. Uhm … is it really? My left side doesn’t let me say yes.”

There’s no lack of ideas for my next talk on Ignite Portugal. A year ago I started writing some texts that sometimes I called “design chakras”, other times “pairing design”, other “Anatomy of a designer” and others “good design come in pairs”. Basically these texts speak about the relationship that our body (in pairs) might have with the way we relate to the design and how “we design”. The “essay” about the brain has already been registered (the one you just wrote) and the other texts are under construction (sometimes things get stuffed on the shelf longer than expected).

After Spiekermann (appetizer), the main course.
For each “pair” – starting with the brain (and here it’s supposed that we see the slideshare) – a question and subsequent response from the students.
What’s the brain for?
Think, process, rationalize, decide, create, develop, structure, criticize. (… and I thought it was for garnish)

and eyes?

Observe, analyze, transmit information, eating, collect feelings, analyze, decode, move images to the brain. (… But aren’t the eyes just to see?)

… Ears?

Listen, hear, capturing information, intrude, orient, balance. (… oh, and to put those white headphones that everyone uses.
Nipples? (this one was dangerous)
Excite, breastfeeding, bristle, seduce. (… ya … passion and such)
Hands?

Feel, touch, learn, work, express, speak, appreciate, cherish, projecting, defend. (but isn’t the hand only to play with the mouse?)
Balls? (… read with a squeaky voice ‘cause it will hurt)
Breed, the fruit of life, courage, to seed, testosterone, fun, fragility, creativity.
Legs?
Support, move forward, move, strength. (… and to use IADE – we had 7 floors to the top – stairs when the elevator failed)
Feet?

Root, kicking, stumble, tap, dance. (… and walk as well, let me at least get the credit for this).

The answers get to be creepy (in a good way) coming from a 2nd year class… and the most curious feeling is to sense that their intuition tells them almost everything they need to know until the end of their careers and that for them to to get to these conclusions it does not take 40 years of experience and 5000 books.
If the “talk” comes to happen one day, the authorship will be fairly shared with my “peers” (forgive me but I had to make this quibble). Thank you.

Basically, the message I want to convey is that sometimes we, professional and trained designers, forget that there is life beyond the eyes and worse than that, we forget that there is life beyond us. I think we should all make an effort to drop, soon enough, our “Gegos” (giant egos ®) that undermine our profession’s future and make us – designers -  to continue to occupy the chairs facing the wall…
Customers are mean because we don’t want to know about them, work is bad and we blame the boss, the briefing is a piece of shit and we blame the creative director. Design cannot be about complaining, design is about asking questions and listen, collect data, change the point of view, is to get hands-on, is to do the job in two different ways to see which one is the best one, is being able to draw what and who you want to become and how you want to do it. I believe that leaving our eyes for in and outside our bodies we are able to understand much more clearly our role as designers and then take a key step to understand what design is at its most complex form.

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São vários os motivos que me levam a escrever este post.
1. Estou sem sono.
2. Ando com vontade de escrever sobre o papel do design.
3. O Erik Spiekermann, vai dar uma small talk à HPI School of Design Thinking daqui a duas semanas e lembrei-me que abri uma pequena aula que dei no IADE em Março deste ano, com uma imagem e uma citação dele.

Em 2010 escrevi aqui que, em 2000 me tinha sentido envergonhado quando me tinham perguntado quais as revistas de design que conhecia. Como a dor foi tanta na altura, pensei utilizar a mesma táctica com alunos do 2º ano de Design de Comunicação do IADE.
Abri o primeiro slide apenas com um nome. Esse nome era “Erik Spiekermann”. Perguntei se alguém o reconhecia e…silêncio da plateia. 1-0.
Como deixei de mostrar portfolio, de repetir apresentações e dois dias antes não tinha quase nada preparado para levar, decidi “usar” aquela turma como cobaia. Basicamente consegui meter um grupo de alunos a contribuir com “insights”, ideias, opiniões e palavras para uma talk que andava a preparar há meses para um dos próximos Ignite Portugal.

O cérebro – Hemisfério Direito e Esquerdo – pensa.
O Daniel H. Pink pôs em linguagem terrena o que os neurocientistas desbravaram nos últimos anos. A frenologia ficou para trás e a ideia de que o nosso cérebro é um sistema integrado e comutável é aceite por todos. Ainda assim, e para quem tem uma mente mais visual – uma mais à direita – a ideia de ver o cérebro 3D iluminado por zonas activadas por estímulos não é tão diferente de ver um crânio riscado a lápis. Desculpem-me os estudiosos mas a lógica é a mesma, só que a actual é baseada em factos científicos e não em suposições romantizadas do início do Século XIX.
Artigos recentes sublinham a activação de zonas do lado direito do cérebro quando somos estimulados por algo emocional e zonas do lado esquerdo quando somos tentados a racionalizar. Apesar destas observações, acredito que a não sobreposição de um dos hemisférios sobre o outro é fundamental para um equilíbrio na tomada de decisão e no desenvolvimento do processo criativo. A criatividade assenta na distribuição das massas e não no contrapeso. O design de hoje não é só o design dos gráficos ou designers de produto, é o design dos líderes empreendedores que desenham processos, dos CEO’s que desenham o futuro de uma empresa inovadora, dos putos que desenham software, e esses, somos tentados a “pensar”, – curioso – pensam mais com o hemisfério esquerdo. Uhm…será mesmo? O meu lado esquerdo não me deixa dizer que sim”.

Ideias para levar ao Ignite Portugal não me faltam. Há um ano atrás comecei a escrever uns textos a que, às vezes, chamei “design chakras”, outras vezes “pairing design”, outras “anatomia de um designer” e outras ainda “good design come in pairs”. Basicamente estes textos falavam da relação que o nosso corpo (aos pares) pode ter com a forma como nos relacionamos com o design e com a forma como “fazemos design”. O “ensaio” sobre o cérebro já aqui ficou registado e os outros textos estão em construção (às vezes as merdas ficam mais tempo na gaveta do que o esperado).

Depois do Spiekermann (appetizer), o prato principal.
Por cada “par”, -  a começar pelo cérebro (e aqui é bom que se veja o slideshare) – uma pergunta e consequente resposta dos alunos.
Para que serve o cérebro?
Pensar, processar, racionalizar, decidir, criar, evoluir, estruturar, criticar. (…e eu que pensava que era para enfeitar)
e os olhos?
Observar, analisar, transmitir informação, comer, recolher sentimentos,  analisar, descodificar, passar imagens para o cérebro. (…mas os olhos não servem só para ver?)
…ouvidos?
Ouvir, escutar, captar informação, cuscar, orientar, equilibrar. (…ah, e para enfiar aqueles phonezinhos brancos que TODA A GENTE usa)
Mamilos? (esta era perigosa)
Excitar, amamentar, arrepiar, seduzir. (…ya…paixão e tal)
Mãos?
Sentir, apalpar, conhecer, trabalhar, expressar, falar, apreciar, acariciar, projectar, defender. (então mas a mão não é só para brincar com o rato?)
Balls? (…ler com voz mais fina que isto vai doer)
Procriar, fruto da vida, coragem, semear, testosterona, divertimento, fragilidade, criatividade.
Pernas?
Sustentação, andar para a frente, mover, força. (…e para subir as escadas do IADE quando o elevador avariava)
Pés?
Raiz, pontear, tropeçar, sapatear, bailar. (…e caminhar também, vá deixem-me ficar ao menos com os louros desta).

As respostas chegam a ser arrepiantes (num muito bom sentido) vindas de uma turma do 2º ano…e o mais curioso é sentir que a intuição lhes diz quase tudo e que para tirar estas conclusões, não são precisos 40 anos e 5000 livros.
Se a “talk” chegar algum dia a acontecer, a autoria será justamente partilhada com os meus “pares” (perdoem-me mas tinhas de fazer este trocadilho). Obrigado.

No fundo a mensagem que quero passar é que por vezes, nós, designers de formação e profissão esquecemo-nos que há vida para além dos olhos e pior que isso, esquecemo-nos que há vida para além de nós. Acredito que todos devemos fazer um esforço para deixar cair, ainda cedo, os “Gegos” (giant egos ®) que minam o futuro das nossas profissões e que fazem com que continuemos a ocupar as cadeiras com vista para…a parede. Os clientes são maus porque não queremos saber deles, o trabalho é mau e a culpa é do patrão, o briefing é uma merda e a culpa é do director criativo. Design não pode ser queixume, design é fazer perguntas, é ouvir, é recolher dados, é mudar o ponto de vista, é pôr as mão na massa, é fazer de duas maneiras para ver qual é que dá, é saber desenhar o que quer ser, o que se quer fazer e como se quer fazer. Acredito que ao sairmos dos nossos olhos para o nosso corpo e para fora dele conseguimos entender de uma forma muito mais clara o nosso papel enquanto designers e aí dar um passo fundamental para entender o que é o design na sua forma mais complexa.

Um Comentário a “Good Design Comes (with) in Pairs”

  1. [...] com o analógico/físico é um tema recorrente nas minhas leituras e posts – por exemplo aqui e aqui. A responsabilidade de ali estar é grande. A vontade é [...]

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